Assassin´s Creed Unity não está a ter um lançamento fácil será este mais uma das desilusões do ano?
O ano passado quando fizemos a análise ao Black Flag tal como muitos defendemos que era hora de dar algum descanso à série, contudo a Ubisoft não segue esta linha de pensamento e este ano temos não um mas dois Assassin’s Creed completamente diferentes. Ao PC, PlayStation 4 e Xbox One chega o Assassin’s Creed Unity que tem merecido todos os destaques mas a PS3 e Xbox 360 tiveram ainda direito a um ultimo titulo, AC Rogue, que vem completar a história entre os últimos dois jogos.
Depois de nos últimos títulos termos andado pelas Américas regressamos agora à Europa, mais propriamente à capital de França durante a Revolução Francesa. A Paris de Unity é enorme e uma excelente recriação da cidade real naquele tempo, estando de regresso os tradicionais pontos de sincronização para melhor apreciarmos a cidade e opções de viagem rápida que nos facilita a deslocação neste grande mapa. Apesar do Black Flag ter chegado às novas consolas é Unity que marca a entrada da franquia na nova geração ao ter sido desenvolvido de raiz para ela, o resultado é um jogo visualmente fantástico, desde os luxuosos interiores dos palácios aos detalhes arquitectónicos dos principais monumentos que se elevam para lá dos telhados e neblina, temos uma Paris muito detalhada.
Um dos pontos que mais sobressai no jogo é o número de NPC, até 5000 em simultâneo. A Revolução Francesa é um óptimo pretexto para encher as ruas e praças de multidões barulhentas. Mas mesmo sem ser a protestar as ruas de Paris estão cheias pessoas a circular ou simplesmente paradas a conversar e a interagir entre si, temos assim uma Paris cheia de vida. Por um lado as multidões são ideais para nos aproximarmos de objectivos furtivamente ao misturar-nos nelas por outro se estivermos com pressa ou em perseguições teremos muita gente pela frente para nos desviarmos e mandar encontrões. Neste ambiente de revolução é comum encontrarmos lutas ao virar da esquina e mesmo quando somos nós a começar um combate podemos ter a sorte de aparecer populares armados para nos dar uma mãozinha.
Temos a mesma agilidade típica da série mas mais refinada havendo agora mais controlo sob a movimentação, saltamos facilmente por cima de obstáculos e é difícil encontrar superfícies que não consigamos trepar. Há vários edifícios onde conseguimos entrar e sair pelas janelas embora às vezes esta se revele uma tarefa complicada com o protagonista a fazer tudo menos entrar pela dita janela.
Os combates e assassinatos foram igualmente refinados, um pormenor interessante é termos a Hidden Blade sempre equipada independentemente da arma que carregamos, esta é usada automaticamente e só em assassinatos e execuções enquanto que para as restantes situações sacamos da arma convencional, assim não temos de alternar entre as armas. Foi adicionada a opção de nos deslocarmos silenciosamente para não alertar os inimigos, algo que fazia falta num jogo onde a furtividade é o ponto chave. Se mesmo assim formos vistos estes ficam alguns segundos a avaliar se somos uma ameaça antes de darem o alerta pelo que temos uma chance de nos escondermos ou os matar rapidamente. Mas à coisas do passado que persistem seja a inteligência artificial que não sofreu melhorias ou o pequeno número de oponentes distintos que por vezes faz parecer estarmos a lutar com gémeos.
Vestimos a pele de Arno Victor Dorian um francês com sotaque britânico, é em Versalhes que o começamos a acompanhar em criança para conhecermos as suas motivações saltando depois para a fase adulta onde entra na ordem dos assassinos, iniciando a sua jornada por Paris motivada pelo desejo de vingança. Como já é habitual na série a ficção é misturada com factos reais, por vezes de uma forma algo forçada, por isso vamos entrar em acontecimentos importantes da Revolução Francesa como a tomada da Bastilha ou execução do rei e interagir com figuras históricas como o Napoleão Bonaparte.
Outra das novidades do Assassin’s Creed Unity é que tanto nós como os inimigos possuímos um nível que vai até 5 estrelas, maior o nível dos adversários mais poderosos eles são como seria de esperar. As missões da campanha requerem mesmo que estejamos num certo nível para a realizar, é uma forma de incentivar os jogadores a fazer actividades secundárias ao mesmo tempo que avançam na campanha.
Para aumentarmos o nosso nível precisamos de conseguir melhores equipamentos e armas, à semelhança do que acontece no Destiny, é aqui que nos deparamos com inúmeras opções de personalização. Temos à disposição um grande número de diversas peças de vestuário para comprar como calças e cintos e conseguimos ainda escolher um padrão de cores para todo o nosso traje, desta forma cada jogador fica com um assassino único. Cada peça vai beneficiar certos atributos como a furtividade ou saúde e pode ainda ser melhorada, quanto melhores forem as partes do vestuário mais estrelas possuímos.
Para compra temos igualmente um enorme arsenal de armas disponível sendo estas categorizadas em ligeiras, longas e pesadas mas só conseguimos transportar uma única arma, tal como o vestuário cada arma tem os seus atributos que vão contribuir para o nível do nosso assassino. Por fim existem diferentes habilidades divididas por categorias que temos também de adquirir, como para cometer assassinatos duplos ou lançarmos moedas ao chão para atrair a multidão.
Para tudo isto existem quatro moedas e pontos que se conseguem de diferentes formas, as armas e roupas assim como as respectivas melhorias podem ser conseguidas com dinheiro normal ou outra moeda já para as habilidades são usados uns pontos especiais. A forma de conseguirmos todas estas moedas e eventualmente melhorar o nosso assassino é realizar as diversas missões secundárias e actividades espalhadas pelo mapa, e Paris está cheia delas. Desde cometer assassinatos, investigar crimes ou resolver mistérios, quando andamos pelas ruas é frequente surgir eventos esporádicos para por exemplo eliminarmos criminosos, há depois os tradicionais baús que por vezes guardam generosas recompensas. Existem espalhados pela cidade vários cafés abandonados para restaurarmos tornando-se numa fonte de receita, estes espaços oferecem-nos algumas missões e funcionam como a nossa casa segura tendo salas de treino, de competições online, com os nossos fatos entre outras.
Desta vez o modo multiplayer competitivo cai para dar lugar ao cooperativo, existem várias missões para ser realizadas por dois ou quatro jogadores. É a primeira vez na série que temos a hipótese de fazer missões cooperativamente e mesmo enquanto exploramos Paris livremente podemos andar acompanhados por amigos e juntos recolher coleccionáveis. Quem não tiver conhecidos a jogar AC Unity não terá problema já que o jogo também junta jogadores para as partidas.
Quem andar minimamente a par das noticias sabe que muitos jogadores tem reportado diversos erros no jogo, nós não fomos excepção à regra e logo nas primeiras horas também nos deparámos com alguns dos problemas relatados. Já vimos objectos a ficarem invisíveis, texturas a aparecerem tarde ou a piscarem criando um efeito pop-in e até NPC congelados. Mas o principal problema é o framerate, está bloqueado a 30FPS só que este valor não é estável existindo quebras até mesmo nas cinemáticas, em certas alturas chegou ao extremo da imagem congelar breves momentos parecendo mais uma apresentação de imagens do que video. À data desta análise tinha sido lançado uma actualização que corrigia alguns dos bugs contudo os principais problemas incluindo do framerate persistiam. Por muito bom que Assassin’s Creed Unity seja a verdade é que o lançamento fica marcado por vários problemas técnicos fazendo lembrar o caso de Battlefield 4, aliás já à quem compare a Ubisoft à EA, as acções da companhia francesa desceram mesmo 9% devido ao lançamento problemático. AC Unity precisa ainda de polimento em certos aspectos mas ao invés de optar pelo adiamento como fez por exemplo a Rockstar com GTA V a Ubisoft decidiu cumprir os prazos resultando num jogo com muitas arestas por limar. O que é pena pois se Unity tivesse chegado sem problemas decerto teria sido muito melhor aclamado pela critica e comunidade.
Por fim outro ponto negativo é a ausência de localização para Português de Portugal, se no Assassin’s Creed IV Black Flag tínhamos legendas e menus inteiramente na língua de Camões no mais recente titulo temos de nos contentar com o Inglês.
Assassin’s Creed Unity entra na nova geração com o pé errado mas devido aos problemas técnicos a que é impossível fechar os olhos pois no resto o jogo em si está deslumbrante. Com uma enorme e detalhada Paris cheia de vida num dos períodos mais importantes da história onde não faltam actividades para nos manter ocupados mais a jogabilidade sólida e inovada e com um cooperativo bastante interessante Assassin’s Creed Unity decerto vai agradar aos fãs da série.
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